sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Era de Aquário!

A ERA DE AQUÁRIOS E O ANO DE 2012

http://fmarcondesvelloso.blogspot.com

Flávio Marcondes Velloso

  À luz da obra de José Augusto Lopes Sobrinho, tudo está no éter e não há contornos. Por certo o ano de 2012 virá e, com a velocidade com que anda a Terra, bem mais cedo do que procuramos protelar, adiar, perceber, admitir.

  Faz-se corrente a observação de que nenhuma data anterior a essa foi tão importante para tantas culturas, cientistas e governos, ao mesmo tempo, na espera de algo extraordinário. Solstício de 21-12-2012? Inversão do campo magnético da Terra? Cataclismos? Aniquilação da raça humana? Início de um outro tipo de mundo?

  Em um sentido apocalíptico, o nosso planeta já deveria ter sido acabado inúmeras vezes, como na virada do ano de 2000 ocorreria o “bug do milênio”, entre inúmeras outras alarmantes previsões, premonições, profecias, algumas delas centenárias senão milenares...

  Inegável, todavia, o momento histórico. Passamos de 2000 e seguimos rumo à fatídica data... Em outras palavras, de conformidade a estudos dos astros, estamos nos anos finais da Era de Peixe, na aurora da Era de Aquários, que deverá representar um ciclo de grandes transformações. Transformações positivas, inafastáveis!

  Especulações à parte, fato é que o homem não suportaria mais o continuísmo de sua imatura e contraditória civilização. A pretexto de se alcançar o presente e de se preparar o futuro, sua história é quase toda de sofrimento, de egoísmo, de grito, de dor e de exaurimento. Já houvesse germinado o amor universal, a grande chave para a era que se avizinha, não teríamos feito do planeta redutos de opulência circundados de bolsões de miséria. A propósito, é isso o máximo que conseguimos?

  Não bastasse tamanha disparidade e incoerência, as providências  diplomáticas com o intento de conter o grave aquecimento global, nomeadamente o Tratado de Kyoto, em quase nada vêm resultando, de forma concreta, estando a Terra esquentando-se aceleradamente e todos os seus percalços, em consequência, sentidos. O desequilíbrio humano refletindo no meio, por sua postura devastadora, implacável, equivocada, egocêntrica.

  O homem ainda não aprendeu a amar, o único e profundo propósito de seu nascimento sobre a Terra, o amor incondicional, a generosidade. Torna-se lógico, racional, portanto, uma necessidade inadiável de profundas transformações. Eis o peso do ano de 2012. Identificado por variadas e diferentes fontes, dos místicos aos cientistas, como um marco sinalizador para um novo estágio, supostamente o ano da instalação integral dessa Nova Era, muito além dos fenômenos geográficos, climáticos e de uma efetivamente drástica mudança terrena, não tão silenciosamente em curso.

  Motivo para pânico ou renovada esperança? Como nos prepararmos para essa transformação? Tal necessidade já é latente e cada vez mais intensa em nossos corações. Apenas teríamos que deixá-la fluir em nós, para a qual não basta mais sermos simplesmente humanos, é preciso que cultivemos o nosso interser, a nossa  consciência e atuação social responsável, respeitando-se a tudo e a todos, considerando cada um parte desse todo e, por conseguinte, parte de nós mesmos. Não haverá alternativas outras: - ou vamos por esse caminho ou vamos por esse caminho.

  Especula-se muito, fala-se muito, sobre o ano de 2012 e a Era de Aquários, mas verdadeiramente não há motivo para pânico. Pelo contrário! É preciso sim, que nos preparemos, com lucidez, amadurecimento, serenidade, discernimento.

  Para a evolução da vida na Terra, sempre foram as necessidades que impulsionaram os homens e assim é chegado um tempo decisivo à humanidade. E que bom! A nós nos será dada a grande oportunidade da transformação para melhor, da transmutação para a nossa essência primordial. Um invulgar “salto quântico”, dentro da perspectiva de um universo autoconsciente, na expressão de Amit Goswami, físico da Universidade de Oregon, autor de “A física da alma”. A Era de Aquários, que se estabelecerá, renovará todos os nossos sentimentos mais elevados, resgatará princípios universais perdidos, ignorados por desatinos mundanos. Um novo conceito de riqueza a ser  firmado, pois rico será aquele que respeitar a Terra como o seu próprio e maior tesouro e amar a toda forma de vida nela existente, de todos os reinos, bem como os seus iguais, não se pretendendo sobrepor a quem quer que seja, animais, minerais etc. Souber usar e compartilhar os recursos excedentes, estando os direitos humanos em primeiro plano, flexibilizando-se a noção de estado, nacionalidade, soberania etc.

  Temos assistido, embora sem nos podermos eximir de nossa condição elementar de protagonistas do espetáculo, a sensíveis amostragens de transformações e caos, nos mais variados níveis e áreas da atividade humana. Consola-nos justamente que, depois do colapso do egoísmo, virá uma civilização baseada na espiritualidade, amor, respeito, responsabilidade e fraternidade. De que lado estaremos, cabe a cada um de nós desde sempre. Afinal a Terra se pronunciará com toda a força exigida.

  Dentro da fórmula de sucesso que mistura pesquisa com ficção, no presente ano teremos o lançamento de “2012, o filme”, cujo trailer já pode ser visto em http://www.youtube.com/watch?v=mn1IqCreb_c ou http://www.youtube.com/watch?v=uXcwkcvFJZI   , com legenda em português.

  Em suma, é bom que entendamos, é bom que percebamos todas as nuances da engenharia da vida, do degrau evolutivo do planeta nesse instante de modificações, desnudamentos e metamorfoses... Locais, mundiais, interpessoais, íntimas, essas as mais importantes. Tentemos compreender que a Terra está sendo acabada e paradoxalmente renascida a cada pulsar da nossa existência. Dizem que os antigos profetas erraram, que o mundo não acabou e nenhuma das previsões estaria certa... A próxima, por sinal, seria exatamente em 2012, segundo se especula do calendário maya, dentre outros tantos estudos. Mas será que não acabou, será que erraram? Acreditamos que não! Todos acertaram, em algum aspecto, a seu tempo! Como daqui a quatro anos igualmente, com maior ênfase, na plenitude do advento de uma nova fase, de um novo alinhamento, a esperada, apontada Era de Aquários, sem conflitos, sem guerras, sem inquietações, sem angústias e ansiedades, sem intolerâncias.

  Atentemo-nos! O velho morre a todo instante para que o novo ressurja! Estamos a tratar, especialmente, de valores, com graves consequências para a integridade humana e do meio-ambiente, a cada descuido ou acerto da nossa espécie. O resto independe de nós. Façamos a nossa parte por completo, sem nada exagerar ou excluir.

  É bastante recomendável nós nos revermos a nós mesmos nesse tempo de que dispomos. E se nada parecer dar certo, tentemos uma vez mais o amor. Essa é a senha. Sempre, sempre.

Flávio Marcondes Velloso, 46, professor, é membro da União Brasileira de Escritores, do Colegiado Buddhista Brasileiro, da Associação de Direito e Economia Européia da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, do Instituto Pimenta Bueno da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, autor de “Direito de Ingerência por Razões Humanitárias em Regiões de Conflito”, de “Tribunal Internacional de Justiça, Caminho para uma Nova Comunidade”, dentre outros títulos publicados no Brasil e no exterior. Cursou Economia e Filosofia na The School of Economic Science, Londres, Civilização e Cultura na Université de la Sorbonne, Paris. Encontra-se atualmente em sua terra natal, Guaratinguetá, SP, a escrever o seu novo livro sobre o “Buddha Crístico para o Terceiro Milênio”. No perfil de seu blog http://fmarcondesvelloso.blogspot.com , com reflexões diárias, outros blogs também de sua autoria podem ser visitados.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Chico Buarque - Show


Passei a semana inteira sem comer praticamente nada, de tão nervosa que eu estava. Um milhão de borboletas no meu estômago, ansiedade monstra.
No sábado quando acordei, (eu quase nem dormi), fui para Curitiba, com meu coração pulando na cama elástica. 
Curitiba, tudo lindo, encontrei minhas amigas, e ficamos esperando em um banco da praça Tirandentes a hora de abrirem as portas... Naquele momento, muitas coisas passaram na minha cabeça, ainda era muito surreal pra mim. Não acreditava que o Chico Buarque estava ali do outro lado da rua, e que eu iria vê-lo, depois de anos e anos ouvindo sua voz, nas fitas cassete do meu tio, nos discos da minha mãe, nos cds das minhas primas, nos meus downloads! Pensei em cada geração de fãs do Chico, o contexto histórico em que estavam inseridos, o que cada canção desperta em cada um... e nisso iam chegando no show, senhoras, senhores de idade mais avançada, mas muitos, muitos jovens também. Acho que um artista bom, é assim mesmo, NUNCA morre, sempre permanece nas pessoas, sempre toca nas rodinhas de violão, sempre é citado nas cartas de amor, pixado nos muros... eu mesmo, tenho uma música do Chico para cada situação!



Chegou a hora do show, achei meu lugar, sentei do lado de um casal de meia-idade, que provavelmente teve as canções do Chico como trilha sonora da sua história, e de um jovem com cabelo black-power, sozinho.
Eu ainda não acreditava que estava ali, só me dei conta quando uma voz anunciou: ".... apresenta: Chico Buarque, na turnê CHICO" e ele entrou, lindo, com uma energia incrível e uma presença única, preenchendo muito elegantemente todo aquele teatro. CHOREI, CHOREI muito, a "ficha caiu" eu estava ali, limpando o nariz e as lágrimas no casaco que minha mãe emprestou! 



ELE ESTAVA ALI, um Chico desenhado para todos os apaixonados, para todos os aflitos, para todos os sentidores.
Cantou canções que eu nem imaginava que ele fosse cantar... Baioque, Cálice (homenagem a Criolo Doido), Teresinha, O meu amor, Injuriado, Geni e o Zeppelin (que me arrepiou dos pés a cabeça!), Bastidores entre outras tão lindas quanto. 

As músicas do novo álbum, foram cantadas com o Chico mas apaixonante e apaixonado, com o coração de bem-me-quer, e o sorriso mais sincero do universo, tão lindo, que até errou a letra de "Essa pequena"

"Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir pra Flórida Budapeste!"

Ele voltou duas vezes para o 'bis', o que me alegrou e acalmou um pouco meu coração desesperado, "Chorei, chorei, até ficar com dó de mim".  
Saímos pelas ruas de Curitiba, procurando um bar, passamos por um praça, uma floricultura, mendigos, pessoas buscando amores fáceis, prostitutas e paralelepípedos, e eu, tinha a certeza que quem olhasse para nós três ali, saberia que estávamos com um pedaço do Chico dentro da bolsa, e um coração bem preenchido, naquela noite. 
Voltei para casa muito, muito feliz, feliz por tê-lo visto, e triste, porque temo que tenha sido a primeira e a última vez. 

Sugiro que quem tiver interesse assista os vídeos do show no Youtube, e também que leiam o post sobre o show no Aponta pra fé e rema.


Pedaços de um show maravilhoso:


"Quando eu choro é uma enchente surpreendendo o verão
É o inverno, de repente, inundando o sertão
Quando eu amo
Quando eu amo, eu devoro todo meu coração
Eu odeio, eu adoro, numa mesma oração, quando eu canto"

"Se eu só lhe fizesse o bem
Talvez fosse um vício a mais
Você me teria desprezo por fim
"

"O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz"

"Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu"

"O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito posseiro
Dentro do meu coração"

"Foram tantos os pedidos,
Tão sinceros, tão sentidos,
Que ela dominou seu asco"

"Amaldiçoei
O dia em que te conheci
Com muitos brilhos me vesti
Depois me pintei, me pintei
Me pintei, me pintei
"

"Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
"

"Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena"

"Não sei por que
Somente agora você vem
vem para embaralhar os meus dias
e ainda tem, em saraus ao luar
meu coração, que você sem pensar
Ora brinca de inflar
Ora esmaga
Igual que nem, fole de acordeão
tipo assim num baião do Gonzaga"

"Ah, se eu pudesse não caía na tua
Conversa mole outra vez
Não dava mole a tua pessoa,
Te abandonava prostrado aos meus pés,
Fugia nos braços de um outro rapaz.
Mas acontece que eu sorri para ti"

"Hoje a cidade acordou toda em contramão
Homens com raiva, buzinas, sirenes, estardalhaço
De volta a casa, na rua recolhi um cão
Que de hora em hora me arranca um pedaço
"






<3





terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eu quero a sina de um artista de cinema

Eu quero a cena onde eu possa brilhar
Um brilho intenso, um desejo, eu quero um beijo
Um beijo imenso, onde eu possa me afogar
Eu quero ser o matador das cinco estrelas
Eu quero ser o Bruce Lee do Maranhão
A Patativa do Norte, eu quero a sorte
Eu quero a sorte de um chofer de caminhão
Pra me danar por essa estrada, mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar

Ser o primeiro, ser o rei, eu quero um sonho
Moça donzela, mulher, dama, ilusão
Na minha vida tudo vira brincadeira
A matinê verdadeira, domingo e televisão
Eu quero um beijo de cinema americano
Fechar os olhos fugir do perigo
Matar bandido, prender ladrão
A minha vida vai virar novela

Eu quero amor, eu quero amar
Eu quero o amor de Lisbela
Eu quero o mar e o sertão