quinta-feira, 31 de março de 2011

Aos meus Heróis



...
Os meus heróis estão calados nessa hora,
Pois já fizeram e escreveram a sua história.
Devagarinho vou achando meu espaço
E não me esqueço das riquezas do passado.

Eu quero "a benção" de Vinícius de Morais,
O Belchior cantando "como nossos pais",
E “se eu quiser falar com..." Gil sobre o Flamengo,
“O que será” que o nosso Chico tá escrevendo.

Aquelas “rosas” “não falam” de Cartola
E do Cazuza “te pegando na escola”.
To com saudades de Jobim com seu piano,
Do Fábio Jr. Com seus “20 e poucos anos”.
 
Se o Renato teve seu “tempo perdido”,
O Rei Roberto “outra vez” o mais querido.
A “agonia” do Oswaldo Montenegro
Ao ver que a porta já não tem mais nem segredos.
Ter tido a “sorte” de escutar o Taiguara
E “Madalena” de Ivan Lins, beleza rara.
Ver a “morena tropicana” do Alceu,
Marisa Monte me dizendo ”beija eu”
...
O Zé Rodrix em sua “casa no campo”
Levou Geraldo pra cantar no “dia branco”.
No “chão de giz” do Zé Ramalho eu escrevi
Eu vi Lulu, Benjor, Tim Maia e Rita Lee.
Pedir ao Beto um novo “sol de primavera”,
Ver o Toquinho retocando a “aquarela”,
Ouvir o Milton “lá no clube da esquina”
Cantando ao lado da rainha Elis Regina.
Quero “sem lenço e documento” o Caetano
O Djavan mostrando a cor do “oceano”.
Vou “caminhando e cantando” com o Vandré
E a outra vida, Gonzaguinha, “o que é?”

(...)


quarta-feira, 30 de março de 2011

Músicas da semana

 DE ONDE VEM A CALMA
Los Hermanos


"Olha esse sorriso tão indeciso
Tá se exibindo pra solidão"




CONVERSA DE BOTAS BATIDAS
Los Hermanos


"Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
Que a gente vai passar
"



O VENTO
Los Hermanos


"Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem
então o que resta é chorar" 

 



O VELHO E O MOÇO
 Los Hermanos
"Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto"



THIS IS NOT A TEST
 She & Him

"Winners never quit
But winters never rest"



O QUE SERÁ QUE SERÁ
 Chico Buarque

"E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
"

Credooooo, queria colocar todas as músicas, mas será impossível!
Uma lista de links então....
  Marcelo Camelo - Liberdade




e tem mais 3255423
*-*

O que será que será?



É muita coisa estranha acontecendo;
É muita pergunta para pouca resposta;
Sei lá, acho que eu caí de algum disco voador, não sou daqui;
Não sei o que eu quero;
Sei o que eu não quero;
Não sei o que eu sinto;
não tem nome meus sentimentos;
Mas eu sinto, e dói, e consome.
É açúcar demais,
É café de menos.
A única coisa que está crescendo aqui,
é a pilha de roupas sujas.
A única coisa que me dá força,
É o Nescau 2.0.
As pessoas me decepcionam;
eu decepciono as pessoas;
no final das contas, estamos todos quites.
Olho e não vejo;
Ouço e não escuto;
Penso e não falo;
Prefiro assim.
Eu gosto do silêncio;
Eu gosto de ficar sozinha;
mas quando isso é uma opção.
Não importa mais o caminho,
eu sempre chego até a metade e volto.

e agora José? 
_________________________________

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite.



domingo, 27 de março de 2011

Dia 27/03 Dia Mundial do Graffiti

Em homenagem ao  Dia Mundial do Graffiti, segue um texto retirado do mundocultural.com.br.



Na Pré-História,  antes da escrita digital fonética, os homens da caverna pintavam nas paredes lisas e retas da caverna as imagens de caçadas e festas rituais.
Nestas paredes há pouco espaço, e o artista, tempos depois, acaba tendo que pintar as novas imagens por cima das antigas.
Gerações depois, os novos artistas pintam sobre as imagens antigas.
Esta sintaxe de sobreposições de imagens pré-histórica forma um padrão arquetípico, presente no Inconsciente Coletivo.
E esta sintaxe evoluirá, até gerar os iconesos (ícone:imagem; eso: dentro - o signo embutido da Semiótica Subliminar), do Neolítico ao neo-eclético (Pós-Moderno - Pós-Histórico).
E a mesma sintaxe hoje surge na apropriação personalizada do espaço urbano pela assinatura de grafiteiros e pichadores.
Estes se apropriam dos melhores muros, paredes, fachadas de prédios e pedestais de estátuas, para torná-los suporte midiático de suas mensagens.
E como há poucos espaços úteis a este propósito (como poucas paredes retas nas cavernas neolíticas), as tribos são forçadas a realizar a mesma sintaxe de sobreposição de imagens dos seus ancestrais, resgatando uma linguagem plástica inconsciente e adaptando-a ao espaço urbano.
Grafite pode ter a origem no termo sgraffito, técnica de decoração mural do Renascimento. Sobre um suporte de fundo escuro, passava-se um revestimento claro, o qual, depois de seco, era raspado na forma dos desenhos desejados.
Arqueólogos encontraram imagens murais e frases pichadas-rabiscadas em cidades antigas como a Pompéia romana do vulcão Vesúvio. Pichações também eram freqüentes na Grécia, Egito, entre os maias, astecas e vários outros povos.
A Antropologia Cultural prova ser outra coincidência plástica que vem comprovar a existência de um Inconsciente Coletivo, memória genética racial dos tempos das cavernas.
Os grafites são crônicas de sua época e refletem os medos e esperanças inconscientes da população que os gerou. São expressos pelo artista anônimo, poeta e desenhista ao mesmo tempo.
Grafites egípcios provaram que mercenários gregos serviam no Exército Egípcio no século VII a.C., que os navios eram construídos em docas com equipamentos semelhantes aos atuais, etc.
Banheiros públicos revelavam os recalques e os prazeres por meio de textos poéticos juntamente com desenhos rápidos, uma intermídia típica do equilíbrio entre cérebro esquerdo e direito.
Prática antropológica e estética até hoje presente nos banheiros públicos.
Pois o banheiro é o espaço da Sombra, do Inconsciente, do que é privado, oculto, e nesta praça (espaço e tempo) o artista revela-se anonimamente, expurgando (em catarse) fantasias e ódios, prazeres e medos.
O grafite-pichação ganha a magnitude de expressão plástica-política ganhando as ruas da cidade com as transformações sociais, sintomas da Pós-História.
Na revolução estudantil de maio de 1968 em Paris, os estudantes saíram pelas ruas e picharam as paredes da Sorbonne com palavras de ordem como "É proibido proibir", "A imaginação no Poder". E estas frases eram acompanhadas de desenhos, ora feitos com máscaras, ora desenhados à mão livre.
Os muros tinham a palavra, desafiando a concepção funcionalista dos espaços públicos, e foram usados para contestar o Estado, a Política, a Mídia.
A intervenção urbana foi de tamanha grandeza que saiu do movimento estudantil e foi empregada por anarco-sindicalistas e artistas plásticos, espalhando-se pelo mundo espontaneamente, do pincel atômico ao spray, chegando ao bastão punk.
O bastão é subversivo desde a sua manufatura:
 1) Recolha cera no cemitério mais próximo (raspe das criptas e capelas);
 2) Compre pó xadrez nas cores desejadas na loja de tintas;
 3) Derreta a cera no fogão e misture a cor;
 4) Coloque na fôrma (tubo de plástico de desodorante vazio).
Este bastão é usado pelos punks para rabiscar seus slogans pela cidade, como "Anarquia não é bagunça", "Vote nulo - Não sustente parasitas", etc.
Frases que são representativas dos valores da ideologia anarquista processados também nas letras de música das bandas, nas camisetas, botons e zines. Típica intermídia que as pessoas que não navegam  o ambiente-ciberespaço do grupelho pensam ser apenas frases nos muros, sem vislumbrar a grandiosidade desta intersemiose.
Em New York, as gangues grafiteiras picham os trens do metrô, fazendo deste suporte móvel o mensageiro portador de suas mensagens, divulgando seus gostos e idéias.
Uma destas gangues, fã de Vaughn  Bodé, reproduz seus personagens nos vagões, criando extensos murais.
Bodé foi um quadrinhista ligado ao comix (quadrinhos underground) que criou todo um universo coerente (ciberespaço), cheio de mulheres sensuais e lagartos cômicos. Popularizou-se com HQ's curtas em revistas de vanguarda, dono de um humor inteligente e valores da contracultura. Seu trabalho plástico passa dos quadrinhos às camisetas e adesivos, chegando aos grafites de metrô.
Esta intermídia faz o trabalho ser conhecido por multidões de nova-iorquinos e ajuda a vender suas revistas reeditadas (Bodé faleceu em 1975).
Seu trabalho é resgatado por uma tribo urbana nos anos 80.
E isto abre espaço para seu filho lançar-se como sucessor-imitador com quadrinhos imitando as temáticas, o traço e a cor do gênio que foi um dos criadores do gênero hemoglobine comix (HQ de alta violência, precursor do mangá japonês e desenho animado "Akira", dos anos 90).
Uma das belezas da Aldeia Global é que suas manifestações estéticas são canibalizadas por novas mídias, novos suportes, gerando este efeito inesperado, em que quadrinhos dos anos 70 ressurgem, "reencarnam", re-midializam-se como grafites no final dos 80.
Os jovens de 16 anos são menores e irresponsáveis perante a lei, o que dificulta a ação repressora da polícia.
O Muro de Berlim (no lado ocidental, lógico) foi o maior painel de grafites da nossa era videográfica.
Grafiteiros esmeram-se no uso de cores e volumes (degradées), e o grafite dos anos 80 ganha espaço nas galerias de arte: pesquisadores universitários escrevem sobre eles, elaborando teses de Mestrado e Doutorado em todo o mundo.
No Brasil dos anos 70, um grafite-pichação torna-se famoso em São Paulo: "Cão fila km 26", seguida dos clássicos "celacanto provoca maremoto" e "gonha mó breu".
O nonsense cria uma sinergia-identificação, assume ares de código secreto, criptografia contra a ditadura militar, proliferando-se pelos muros de São Paulo. Pura poesia urbana em que os cidadãos projetam mil redes inconscientes de subtexto.
Destas frases vêm sonetos, recados, trocadilhos, clecs e epigramas. É a Poesia Marginal sobre novo suporte - do mimeógrafo a álcool para os muros urbanos, tocando muito mais pessoas.
Até aí, a apropriação do espaço (intervenção) é anônima e frasal.
Em 1978, Alex Vallauri chega da Europa e, usando uma máscara (molde de papelão ou cartolina e spray), grafita a Bota Preta, seguida de luvas, crocodilos, telefones, até chegar aos complexos murais da Rainha do Frango Assado.
A frase divide espaço com os grafiteiros figurativos.
E muitos teóricos que não vivenciam o processo insistem em diferenciar a pichação do grafite, quando desde os banheiros públicos de Pompéia romana as frases convivem com desenhos, e a própria origem do termo grafite refere-se a grafismos murais rabiscados renascentistas.
Grafites figurativos e pichações verbais: uma distinção artificial feita por pseudo-pesquisadores olhando de fora um movimento de arte das ruas, cuja complexidade intermídia escapa a classificações superficiais. Vejam-se os punks e Vaughn Bodé!
O pejorativo tom atribuído à pichação é fruto de ignorância e pressa em escrever sem observar, fruto de uma arrogância e impáfia dos Doutores Universitários.
Os grafites têm o mesmo valor das pichações. As letras criadas pelas gangues especialmente para suas tags (assinaturas) e empregadas nas frases têm por si sós efeito estético, são linhas sinuosas, grafismos góticos ou barrocos.
E tais frases representam todo o ciberespaço e subtexto, valores e costumes ignorados por pessoas estranhas a este universo molecular e fractal.
Lendas urbanas e toda uma mitologia de grupo manifestam-se nas pichações velozes, feitas no ritmo do videogame e com a mesma fragmentação do videoclipe.
A pichação rápida é manifestação do cérebro direito, baixa definição democrática.
Já o grafite com máscaras e cores exige tempo e planejamento e é, claramente, uma expressão de cérebro esquerdo, detalhada, consciente, alta definição opressora e fascista.
A pichação é assinada por uma tribo (tag), e o grafite tem autoria, é o artista personalizado que pode estar querendo notoriedade e projeção na mídia. Veja-se quantos grafiteiros estão nas galerias de arte vendendo para as elites.
Isto não ocorre com a pichação espontânea e anônima, obra de arte coletiva, jovem, atual.
A pichação é mais sincera e, semiótica e midiologicamente falando, está mais coerente com os gêneros plásticos em crescimento nos anos 90, com a volta das narrativas (story tellers) de forma desmanchada, de-construídas, estilo videoclipe, zapper, onde o que tem significado, são os fragmentos e seus subtextos.

Esta arte urbana precisa ser livre, nômade, contestadora, desafiando o espaço proibido. Como uma guerrilha plástica, um grafite feito com autorização ou à luz do dia não é nômade e transgressor, mas uma mera decoração censurada e policiada, com carimbo de autorização.
Por isto, as atividades de grafite patrocinadas pelo Poder Público em oficinas ou grupos permanentes, como algumas Prefeituras autoritárias vêm fazendo, é uma afronta a esta arte, um modo de destruir a espontaneidade deste movimento urbano, uma castração stalinista realizada por pavor. São fruto do medo que os ditadores têm dos verdadeiros poetas e artistas, medo da crítica, da liberdade, do humor.
A pichação é rápida, "morde e corre" - como ensina Guevara, o "Che", sobre a guerrilha.
Sobreposições são a regra, os muros falam, gritam.
E estes gritos atualizam-se constantemente, pois muda o contexto, estes textos anônimos figurativos e verbais (grafites são pichações, e vice-versa) estão ininterruptamente sendo reescritos, sobrepondo-se como takes num videoclipe, um ideograma chinês, um poema concreto.
Os grafiteiros autores ofendem-se quando seus bem-comportados murais são "sujos" pelas frases dos "moleques pichadores", e esta postura de cérebro esquerdo evidencia o quanto estes não vivenciam e não compreendem este processo neolítico, esta sintaxe de sobreposições pós-histórica, esta arte efêmera, que está velha 24 horas depois de secar.
Pichadores acrobáticos atacam desde telhados de prédios até viadutos, bombardeiam suas tags e frases, desenhos e epigramas ricos em subtextos tribais, pulverizam sua identidade em qualquer lugar da cidade, navegam à deriva como nômades à caça de um espaço, uma superfície. Pura guerrilha cultural, intervenção urbana.
Incompreendidos, os pichadores são representantes da arte urbana em sua maior espontaneidade e contemporaneidade. Perambulam pelo espaço e atualizam os muros a cada tempo-contexto, estão sempre em movimento, em trânsito permanente. São os passageiros do efêmero.
Pichadores reagem contra a frieza da cidade e deixam sua marca, personalizam o espaço, des-massificam o cidadão com o poder do sorriso que repuxa o canto dos lábios e desafia, surpreende.
Amanhã, ele pode ser completado por outro rabisco de outra tribo, outro desenho, outro tipo de letra, sobrepondo-se no duelo pelo espaço e pelo fluxo de quem passou mais vezes pelo muro em uma semana. A pichação vai aos poucos se apropriando da cidade.
Diálogo plástico em que coexistem autorias coletivas, todas participam, colaboram para murais neolíticos na urbe pré-ano 2000, questionando as formas canônicas, os sintagmas visuais de cérebro esquerdo, regras de cor e composição respeitadas pelos grafites.
Um novo ritmo de significantes (suporte midiático muro) com significados de contestação.
Como disse o poeta da Revolução Russa, Maiakowski: "Não há arte revolucionária sem forma revolucionária".
Aforisma que a midiologia vem confirmar com os estudos de suportes, retomando McLuhan: "O meio é a mensagem".


Lindo né?! 
Obrigadaaaaaaaaaaaa à todos que colorem o cinza das nossas cidades!
EUAMOVOCÊS
(L)

é isso

***

"Então o amor e a amizade são isso. Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço"

Mário Quintana




passeando pelo blog Vida operária
achei esse poema lindo do meu amigo Mário! E nada mais digno que as palavras dele, sobre esse monstrinho chamado amor. 

*** 


domingo, 20 de março de 2011

Vegetarianismo

- Oi, o que você tem SEM carne?
- Pode ser frango?
- Não moça, SEM CARNE, frango não dá em árvore.
- Temos enroladinho de salsicha, pastel de presunto, croissant de camarão...
- Ok, senta lá. ¬¬

ouvimos isso, e também as clássicas:
"mas você precisa de proteína"
"mas você não come nem peixe?"
"eu tenho que comer carne todo dia"
"você está assim porque não come carne"
"o que você come então?"

esclarecendo:
  • A carne não contém absolutamente nada de proteínas, vitaminas ou minerais que o corpo humano não possa obter  perfeitamente de uma dieta vegetariana.

  • As reservas de água fresca do mundo estão sendo contaminadas pela criação de gado de corte. E os produtores de carne são os maiores poluidores das águas.

  • Matar outros animais é um ato de exploração e violência e só o fazemos porque temos esse poder.

  • A maioria das pessoas mostra-se horrorizada perante culturas onde se comem cães ou baleias, mas estes animais sofrem tanto quanto os animais consumidos usualmente no Ocidente. A diferença é apenas cultural e não moral. Você comeria seu cachorro?

  • 80% do terreno norte‑americano arável é usado para criar galinhas, porcos e outros animais; 70% dos cereais são usados na alimentação destes. Se estas quantidades gigantescas de cereais, soja e milho que alimentam os animais de criação intensiva estivessem disponíveis, haveria imensa comida para as pessoas que morrem de fome em todo o mundo.

  • Os animais sentem dor, obviamente. Se os queimarmos, eles sentem; se os sujeitarmos a choque elétricos, eles sentem. Os animais sentem dor da mesma forma e com a mesma intensidade que os humanos. Ingerir um alimento proveniente da dor é no mínimo esquisito.

  • No nosso desenvolvimento moral enquanto espécie, chegamos a uma fase em que devemos reconhecer que outras espécies merecem consideração, tal como reconhecemos que a escravatura estava errada, que as mulheres mereciam votar e que as crianças não deveriam ser usadas como transporte de cargas.  
(e mais um milhão de motivos)



"Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem." (Leonardo da Vinci)


"Se o homem aspira sinceramente a viver uma vida real, sua primeira decisão deve ser abster-se de comer carne e não matar nenhum animal para comer. "
(Leon Tolstoy)

"A não-violência leva-nos aos mais altos conceitos de ética, o objetivo de toda evolução. Até pararmos de prejudicar todos os outros seres do planeta, nós continuaremos selvagens. "
(Thomas Edison) 


Sites vegetarianos:


 E por favor, RESPEITO, obrigada.

O anjo mais velho

só enquanto eu respirar
vou me lembrar de você
só enquanto eu respirar

(e eu ainda respiro)

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Peixe e o Pássaro

Minha irmã de 10 anos, estava sentada na sacada, lendo um livro que me chamou muita atenção. É um livro infantil, mas não desses livros infantis idiotas que  fazem por aí... era um livro com uma história muito pura e bonita...


Era uma vez dois lindos filhotes: Um peixinho e um passarinho. 
O peixinho, coitado, nasceu em um aquário. O passarinho, tadinho né, nasceu
engaiolado. Na loja onde foram deixados, num canto, separados (separados do resto porque ainda eram filhotes demais para serem vendidos). Eles conseguiram se saberem através de certa luz especial do dia que só acontecia quando um raio de sol entrava pela fresta numa janela emperrada e iluminava a gaiola. O espelinho que tinha na gaiola então refletia parte destes raios de sol e iluminava finalmente o aquário. Neste dado mágico
instante de poucos minutos, todos os dias, ambos se entre-olhavam,
imensamente curiosos de verem outro ser, e vivo, e, igualmente aprisionados, se observavam. Um espanto sublime, entendendo e convivendo com a dor do outro, a dor de ter nascido o que se é, e como se pode ser...
Num dia feliz, desses que o sol amanhece cantarolando cantigas que ele improvisa no momento (inspiração das novidades coloridas que o céu
trás ao refletir os novos raios a desvirginar com luz toda a pintura que trans(des)aparece no breu noturno) algo de muita importância aconteceu na vida de ambos, quase um milagre. A loja fora vendida, e o novo dono, um revolucionário que não tinha o menor intuito de tocar aquele negócio para frente, antes de destruir tudo pra fazer a reforma e adaptar o espaço
à seu projeto de ONG, libertou um a um cada dos animais que ali viviam. E foi triste para o peixinho constatar que sua família não vivia nos outros aquários que não via. Não havia um sequer de sua espécie, e para ele a liberdade fora
uma gigantesca solidão: no oceano não havia o raio mágico e único de luz pra iluminar uma outra vida com quem pudesse, talvez, viver um grande amor, palavra que desconhecia completamente, por assim vivê-la. Na liberdade tudo era luz demais e, mesmo assim, nenhum dos outros peixes o enxergava. Para o  passarinho não foi muito diferente. Ao ver todos os outros pássaros serem libertados e voarem em direção ao horizonte, teve de sair caminhando. Não sabia como usar aquelas suas asas duras, de penas espessas e pesadas. Bateu forte as asas mas não foi possível voar. Nenhum pássaro   voltou pra ajudar a lhe ensinar a arte do vôo. E baixou a cabeça, mais uma vez estava solitário.
A primeira semana de liberdade fora um total tristeza: o desamparo pairou, sobre ambos os animaizinhos agora livres. O peixe sem ter amigos olhava muito o céu acima da superfície, na busca de algo que talvez o refletisse.
O pássaro, andava costeando o litoral, vendo o esfarelar das ondas na areia e nas pedras tentando entender porque nunca fora capaz de fazer o vôo que os outros pássaros fizeram tão naturalmente. Até que um dia os olhos deles se encontraram novamente. O passarinho na pedra, o peixinho dentro d'água.
Aquele olhar molhado parecia ser a fonte de todo o oceano: mar de lágrimas. Já o peixe que via o passarinho na pedra não entendia porque ele não voava logo pra liberdade, mas tinha a alegria de ter ali a salvação pra sua solidão.
No entanto um sentimento muito estranho o envolveu e ele não conseguiu conter a esperança que fez faiscar em seus olhos, olhar proposital de pura doação. O pássaro, ao absorver aquela fagulha vital, de repente acreditou e deu um pulo . .
.
O pássaro podia voar sim, mas era muito esforço aquele. Não importava,
voar já era grande e sublime para ele que era tão pequenino e ainda frágil em sua existência. Voou com muito esforço rumo às ilhas que via ao longe. O peixe, desamparado com o que causara, não teve escolha se não
seguir o vôo baixo daquele passarinho que se esforçava tremendamente pra manter-se suspenso no ar. E era de tamanho esforço para o peixinho nadar também. Nadou voraz na busca de não perder-se daquele único em que sabia caber-se. Nadou e nadou e fez muita força para acompanhar aquela velocidade, até então impossível. Estava ficando para trás e no desespero de perder o pássaro amigo de sua vista ele saltou para fora d'água. O pássaro, exausto de tanto bater suas asas perdeu um pouco as força e de repente, mergulhou. E um milagre se presenciou mutuamente: o peixe voava, o pássaro nadava. Um nadava melhor que o outro voava e vice e versa. E ficaram a alternar-se entre água e ar, céu e oceano, num beijo
interminável entre suas essências tão próximas: viver. 
O infinito de suas buscas finalmente encontrou um ritmo, um lugar onde sabiam dançar a vida.
O peixe cresceu: peixe voador. 
O pássaro descobriu-se: mergulhão. 
E então se ensinaram e foi ali que tudo começou. Onde uma vida começa,
uma história finalmente acaba . . . E foi assim que o pássaro
e o peixe se amaram, e todo o resto do mundo ficou para trás. 

 Bartolomeu Campos


peixe e pássaro vivem pouco
                             mas vivem muito num só dia só.





...

domingo, 13 de março de 2011

Emília

“(…) – A loucura é a coisa mais triste que há…

- Eu não acho – disse Emília – Acho-a até bem divertida. E, depois, ainda não consegui distinguir o que é loucura do que não é. Por mais que pense e repense, não consigo diferençar quem é louco de quem não é. Eu, por exemplo, sou ou não sou louca?
- Louca você não é Emília – respondeu Dona Benta. – Você é louquinha, o que faz muita diferença. Ser louca é um perigo para a sociedade; daí os hospícios onde se encerram os loucos. Mas ser louquinha até tem graça.
- Pois eu não quero ser louquinha apenas – disse Emília. – Quero ser louca varrida, como D. Quixote.
 

sexta-feira, 11 de março de 2011

Dias e noites de amor e Guerra

.....e diagnosticou:
- Esta moça está com a alma toda esparramada.
E receitou:
É preciso música para juntar.
 
 
 _________________________________
 
 
"...me disse que não tinha tempo para escrever como queria, por causa do trabalhão que tinha em seu emprego na administração pública. Para ter tempo precisava uma licença e essa licença tinha que pedi-la aos médicos. E a gente não pode, me explicou Rulfo, ir ao médico e dizer: "Me sinto muito triste", porque por essas coisas os médicos não dão licença"
 


Eduardo Galeano (L)

quinta-feira, 10 de março de 2011

outra frequência

Seria mais fácil fazer como todo mundo faz.
O caminho mais curto, produto que rende mais.
(...)

Mas nós vibramos em outra frequência,
sabemos que não é bem assim.


Relacionamento: Amor e Liberdade

Amor e Compromisso - Quando amamos alguém não admitimos que o amor possa acabar e, se ele existe, não há necessidade de arranjo legal. O casamento é necessário porque não há amor. Amor é a fragrância de um coração meditativo, silencioso e tranquilo; luxúria é paixão cega. Não há como melhorar o amor. Se é ele, é perfeito. Se não for perfeito, não é amor. Quem quer conhecer o amor, deve meditar. Só os místicos o conhecem. Ele é um dos muitos atributos de Deus, que também é compaixão, perdão, sabedoria etc. Quem está centrado, é meditativo. O amor é uma alegria transbordante, um estado do ser. O medo é o oposto do amor. O ódio é o amor invertido. No amor nos abrimos, confiamos, expandimos. No medo nos fechamos, duvidamos, encolhemos.
Uma Nova Dimensão de Amor - O amor é mais verdadeiro e autêntico do que nós. Todo caso de amor é um novo nascimento. O ego é como a escuridão, mas quando chega a luz do amor, a escuridão se vai. As escolhas devem ser pelo real, pior e doloroso e não pelo confortável, conveniente e burguês. O amor nos tira do ego, do passado e do padrão e por isso parece confusão. Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para permanecer são. Quando a loucura é consciente, pode-se voltar. Todos os místicos são loucos. O amor é alquimia porque primeiro tira o ego e depois dá o centro. Amar é difícil, mas receber amor é quase impossível, porque a transformação é maior e o ego desaparece. É o anseio pelo divino que impede que qualquer relacionamento satisfaça. As pessoas mais criativas são as mais insatisfeitas porque sabem que muito mais é possível e não está acontecendo. Amor 1: é orientado a um objeto. Amor 2: ele transborda, não é orientado por um objeto. É uma amizade que enriquece a alma. Amor 3: sujeito e objeto desaparecem: a pessoa é amor.


OSHO 

sábado, 5 de março de 2011

Relacionamento: Amor e Liberdade


Relacionar-se é uma das maiores coisas da vida: 
é amar,compartilhar. 
Para amar é preciso transbordar de amor e para compartilhar 
é preciso ter (amor). Quem se relaciona respeita e não possui
A liberdade do outro não é invadida, ele permanece independente.
Possuir é destruir todas as possibilidades de se relacionar. 
 Relacionar é um processo. Relacionamento é 
diferente de relacionar-se: é completo, fixo, morto. 
Antes devemos nos relacionar conosco mesmos e escutar o 
coração para a vida ir além do intelecto, da lógica, da dialética e das discriminações.  
É bom evitar substantivos e enfatizar os verbos. 
A vida é feita de verbos: amar, cantar, dançar, relacionar, viver.


- OSHO - 
 continua...

terça-feira, 1 de março de 2011

Paciência


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
                   Que lhe falta para perceber?
                 Será que temos esse tempo
Para perder?
       E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida é tão rara...
A vida é tão rara...